Ocorreu o evento de lançamento do livro "A Gestão da Amazônia", do professor Jacques Marcovitch.
Por Christiane Silva Pinto
“A sustentabilidade não é um resultado final, ela é um processo", afirmou a professora Bertha Becker, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no seminário "A Gestão da Amazônia", que aconteceu na última quarta-feira. O evento marcou o lançamento do livro "A Gestão da Amazônia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas", do professor Jacques Marcovitch e contou também com a presença do professor Ricardo Abramovay da FEA, Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável, e representantes de empresas que tiveram ações de sustentabilidade inovadoras.
Bertha diz ainda que a Amazônia precisa de um novo modo industrial. “O desenvolvimento sustentável deve incluir a dimensão ambiental, porém sem excluir a econômica, social e política”, explica. Samuel Benchimol, empreendedor pioneiro da região, reforça a idéia da professora: "O mundo amazônico não poderá ficar isolado ou alheio ao desenvolvimento brasileiro e internacional, porém ele terá que se autossustentar em quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: isto é, ele deve ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo."
A visão do professor Marcovitch é otimista. A Amazônia surge no texto como um espaço de oportunidades. “Nele estão colaborando cientistas, governantes, indígenas, empresários, observadores de todas as áreas e cidadãos permanentemente voltados para repensar o destino da mais estudada região do mundo", diz o autor do livro. Virgílio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável, acredita que “precisamos trazer essa energia empreendedora para que a floresta valha mais em pé que derrubada”.
A segunda parte do livro fala exatamente sobre essa energia empreendedora que pode ajudar a região. Marcovitch apresenta uma pesquisa realizada com dez empresas de grande porte que desenvolvem atividades sustentáveis na Amazônia. O texto destaca igualmente parcerias recentes entre o setor público e privado que facilitam o caminho para o fortalecimento de uma economia verde no Brasil, o que de certa forma vem evoluindo no país. “Desde o governo FHC, o Brasil é o país que mais criou reservas nos últimos anos”, afirma o professor Abramovay, mostrando que a visão otimista de Marcovitch não existe por acaso.