O futuro é nanotecnologia

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Enviado por eopen em sex, 16/03/2012 - 16:14

O grupo Profuturo Digital promoveu encontro para debater o futuro dos aparelhos portáteis.

Por Christiane Silva Pinto

O grande uso de celulares fez a venda de relógios de pulso cair drasticamente. Faz sentido, mas você já tinha relacionado esses dois fatos? Quando um novo produto ou uma nova tecnologia é lançada, todo um sistema se cria e cresce envolta desse mercado. Esse foi um dos aspectos discutidos no seminário “Aparelhos portáteis (Portable devices - tablets, smartphones e semelhantes)”, realizado pelo Profuturo Digital Forum e que contou com a presença de Luciano Shinkawa, gerente de pesquisa e desenvolvimento na Nokia.

Para Luciano, a tendência é que inúmeros aparelhos percam sua utilidade ao ter suas funções migrando para o celular, como foi o caso do relógio de pulso e do já esquecido palmtop. A convergência de tecnologias portáteis é cada vez maior e tem como líder o smartphone, que além de fazer e receber ligações, hoje exerce outras funções como a de GPS, câmera fotográfica e TV portátil.

O engenheiro atentou para o fato de que tendemos a achar que um novo produto vai substituir um antigo, quando na verdade, a tecnologia está seguindo o caminho da integração total. “Não acredito que o tablet irá substituir o lap top”, diz. "Existe muita diferença entre jogar um joguinho no celular touch screen e jogar em um console analógico", por exemplo, os aparelhos são complementares. Quanto aos tablets, Luciano chamou a atenção para a Apple que, apesar de não ter sido a primeira empresa a lançar um tablet (o primeiros foi o Windows Tablet PC em 2000, enquanto o iPad só foi lançado em 2010), criou um novo segmento no mercado. "O iPad basicamente cria uma categoria nova, que foi copiada por outras empresas como a Samsung".

Luciano também destacou algo muito interessante: as baterias são um dos maiores fatores que atrapalham o lançamento de novos produtos. Quando acessamos a internet do smartphone, ou assistimos um vídeo no tablet, a bateria do aparelho logo descarrega. Sendo assim, a bateria de lítio, usada atualmente nos aparelhos eletrônicos, é uma grande limitação para que todo o potencial do aparelho seja utilizado. Segundo um estudo do MIT, se fizéssemos nanoporos na superfície de uma bateria de lítio, ela duraria 10 vezes mais. “A tecnologia existe, a questão é: quem está afim de investir nisso?”, diz.

O engenheiro também afirma que esta tecnologia está muito presente no futuro dos aparelhos eletrônicos. Segundo Luciano, o próximo passo dos tablets é a tela flexível e isso só seria capaz através da nanotecnologia. O que falta é investimento. “É questão de fazer a escolha certa e por sua ficha no lugar certo".