Pesquisadores, alunos de mestrado e doutorado, e professores se reúnem para discutir a pesquisa em inovação aberta.
Com a proposta de realizar encontros entre pesquisadores, alunos de mestrado e doutorado, e professores para discutir a pesquisa em inovação aberta, o Circuito Acadêmico Open Innovation ocorreu no dia 19 de agosto, na FEAUSP. O 4º workshop do Circuito teve como principal foco de discussão o uso de inovação aberta em multinacionais. A ideia do evento é realizar um mapeamento das pessoas interessadas no assunto e criar uma rede de contatos multi-institucionais, incentivando o desenvolvimento da pesquisa sobre o tema no Brasil. Por essa razão, cada workshop foi realizado em uma faculdade diferente e, em suas edições anteriores, passou pelas faculdades de economia da FEI, da ESPM e do Mackenzie. Na USP, o workshop foi coordenado pelo Prof. Eduardo Vasconcellos e contou com palestras da doutoranda Ana Paula Paes Leme, do engenheiro Bruno Rondani e do especialista em Gestão da Inovação, André Saito.
Inovação Aberta (ou Open Innovation) é um termo cunhado pelo pesquisador americano Henry Chesbrough em seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology”, de 2003. Esse modelo propõe uma nova abordagem para a organização da pesquisa, desenvolvimento e inovação nas empresas, por meio de processos e pesquisas abertas, a fim de melhorar o desenvolvimento, aumentar a eficiência e reforçar o valor agregado de seus produtos. “As grandes empresas estão mais inclinadas a enriquecer seus projetos internos com a entrada de conhecimento externo, do que encontrar novos caminhos para ideias desenvolvidas em projetos internos”, explicou Ana Paula Paes Leme em sua apresentação. Ela ainda destacou que no exterior já existe um grande campo de pesquisa na área e vários livros foram publicados sobre o tema. No Brasil,ainda é necessário ampliar os estudos sobre Inovação Aberta e suas possibilidades de aplicação nas grandes indústrias.
Durante sua palestra, a pesquisadora procurou levantar alguns dos principais desafios observados pelas multinacionais na implantação de um modelo de negócios baseado em Inovação Aberta, entre eles, a gestão de mudanças institucionais internas, a gestão da rede de relacionamentos dos parceiros externos e a proteção da propriedade intelectual. Esses tópicos, ao longo do workshop foram discutidos e aprofundados pelos palestrantes e pelo público.
Bruno Rondani, discutiu nuances ao se utilizar o modelo de Inovação Aberta, isso é, quais são as situações em que é mais vantajoso para uma empresa utilizar um grau maior ou menor de abertura. “O que se leva em conta quando se trabalha com Inovação Aberta? Quando se deve trabalhar em rede ou em aliança? Como manter uma parceria? Não é verdade que quanto mais aberto seja o processo, melhor serão os resultados”. Ele também destacou a importância de se criar boas relações com startups, que são, no cenário atual, as grandes incubadoras de talentos. “Muitos profissionais da nova geração já não se identificam mais com o ambiente rígido das multinacionais e preferem se dedicar a projetos próprios”, afirmou.
Uma dinâmica de grupo conduzida por André Saito resultou na identificação de oportunidades de pesquisa. Entre os temas abordados pelos participantes, questionamentos sobre como a Inovação Aberta pode ser utilizada também no agronegócio, o que é a gestão da Inovação Aberta estruturada e como a Inovação Aberta se insere em uma estrutura organizacional, foram alguns dos propostos durante a sessão. O objetivo da dinâmica é de que posteriormente seja possível desenvolver uma agenda de pesquisa para publicação de um artigo em inglês.
Autora: Isabelle Almeida Dal Maso