Por Bruno Carbinatto
A ex-aluna de doutorado em Administração da FEA (PPGA), Sofia Ferraz, teve seu projeto aprovado para financiamento na competição Alumni Engagement Innovation Fund (AEIF), do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América. A iniciativa de Sofia consiste em fomentar o empreendedorismo entre mulheres brasileiras, por meio de conhecimento e ferramentas de áreas como marketing e negócios. O projeto, intitulado “Women Micro-Entrepreneurs in Brazil”, foi um dos 67 escolhidos entre mais de 1300 submissões de 150 países diferentes, representando o programa americano de bolsas Fullbright Student Program.
Sofia se doutorou pela FEA na área de Marketing, em 2018, sob a supervisão do Prof. Andres Veloso, com parte dos seus estudos financiados pela bolsa Fulbright. Quando soube do edital (aberto para ex-alunos financiados pelo governo americano), ela procurou colegas e professores para montar um projeto, percebendo, no processo, que havia um forte problema de conhecimento e aplicação na área marketing em casos de microempreendedorismo. Com apoio do professor Andres e da professora Kavita Hamza, também do departamento de Administração, ela montou uma metodologia de atuação nessas áreas visando um impacto direto em mulheres microempreendedoras.
Além da participação dos professores, o projeto foi acompanhado de perto pelo Consulado da Mulher, ação social da Consul (Whirpool). Foi pela indicação da entidade que as quatro cidades em que o projeto ocorrerá de fato foram escolhidas: São Paulo (SP), Rio Claro (SP), Manaus (AM) e Joinville (SC). Além de Sofia, outras quatro bolsistas do programa Fullbright estão envolvidas na consolidação do projeto: Aline Burni, Ana Gabriela Roiffe, Maíra Almeida e Paula Carina.
O time atuará diretamente com 15 organizações, incluindo associações e ONGs, para promover apoio institucional, conhecimento e profissionalização de 300 microempreendedoras, além de diversas outras que serão afetadas indiretamente por todo o material didático produzido pelo projeto. Em um país com quase quatro milhões de mulheres empreendedoras, mas com ainda pouco acesso à informação, o projeto pretende impactar economicamente a economia através do empoderamento dessa população específica.
“O interesse no empoderamento feminino foi natural, devido aos estudos de gênero e marketing social”, conta Sofia. A vontade de desenvolver um projeto com impacto social vem também da sua estadia nos EUA, durante o doutorado, quando teve a oportunidade de trabalhar como voluntária e professora de inglês para uma família de refugiados. “Durante esse tempo, percebi a importância do nosso envolvimento em áreas sociais e, ao terminar o programa, ficou o questionamento de como eu poderia fazer o link entre academia e sociedade em geral.”