Perspectivas para setor de petróleo no Brasil

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Enviado por eopen em ter, 30/04/2013 - 12:20

> No dia 12 de Abril, a FEA foi palco do evento "Oportunidades e Exigências do Setor de Petróleo e Gás"

Por Rodrigo Dias Gomes

No dia 12 de Abril, a FEA foi palco de um importante ciclo de palestras sobre um dos assuntos mais importantes da economia nacional e mundial. O evento “Oportunidades e Exigências do Setor de Petróleo e Gás”, organizado pelo Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP, em parceria com a FIESP, CIESP e Agência USP de Inovação, apresentou as perspectivas para o setor nos próximos anos. 

Com o advento do Pré-sal, o cenário da exploração de petróleo e gás é bastante positivo. De acordo com dados da Petrobras, a demanda por derivados brasileiro deverá apresentar um crescimento 4,2% ao ano, entre 2012 e 2020. Até 2021, a produção de petróleo chegará a 5,4 milhões de barris por dia, um aumento de 145% em relação à produção de 2013. Para o gás natural, a expectativa de crescimento é ainda maior: 165%. Com uma demanda cada vez a maior, a indústria de petróleo e gás deve responder por quase dois terços dos investimentos na indústria nacional entre 2012 e 2015. 

O crescimento abre espaço para a inovação tecnológica do setor, com o envolvimento de empresas de todos os portes. “A cadeia de petróleo tem uma capacidade muito grande de entrar nas empresas”, explica Luiz Mendonça, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP). Uma das principais iniciativas para promover inovação é o Inova Petro, uma parceria entre aFinanciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio técnico da Petrobras.

O programa, que visa fomentar projetos de  pesquisa e desenvolvimento tecnológico no setor, tem duração prevista de 5 anos (2012-2017) e já conta com um valor aprovado de R$ 869 milhões em investimentos em tecnologia aplicável em processamento de superfície, instalações submarinas e poços. “É só o começo, precisamos ampliar muito mais o campo de atuação”, aponta William Respondovesk, analista da FINEP.

A demanda por mão-de-obra qualificada também deve apresentar um salto nos próximos anos. A expectativa é de que, até 2014, 212 mil empregos sejam gerados no setor de óleo e gás. Além de mão-de-obra, a exploração de derivados movimenta toda uma infraestrutura portuária e uma demanda por bens e serviços. De acordo com Ubirajara Campos, subsecretário de Petróleo e Gás de São Paulo, só na região da baixada santista e litoral norte paulista, a expectativa é que surjam 321 mil novos empregos, diretos e indiretos.  “Quanto mais mão-de-obra local, mais sólida é a disseminação da riqueza nas diversas camadas da sociedade”, explica Campos. 

Em 2010, o governo estadual lançou o Programa Paulista de Petróleo e Gás Natural, com três objetivos principais: internalizar os benefícios econômicos e sociais da exploração, eliminar riscos socioambientais e tornar o Estado uma referência mundial em pesquisa e desenvolvimento no Setor.  Entre as iniciativas do governo estadual para incentivar o crescimento foi o lançamento de uma linha de financiamento para empresas ligadas ao setor, com uma carteira pré-aprovada de 30 milhões em valor total de investimento. Apesar disso, o programa ainda não teve nenhum projeto  aprovado. “Esse será o maior desafio”, diz o Subsecretário.