Painel Internacional

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Enviado por eopen em sex, 16/03/2012 - 16:47

Não subestimem a economia dos Estados Unidos, afirma economista no evento Painel Internacional

Christiane Silva Pinto

No mês de novembro, a FEA recebeu duas presenças ilustres na área financeira atual: o Economista Sênior do JPMorgan, Julio Callegari, e o Professor do IE Business School e CEO da Addax Capital, Ignácio Muñoz Alonso. Eles participaram do Painel Internacional organizado pelo Feamais com o tema “Economic conjuncture and impacts of income distribution in the emerging countries” e discutiram não só a situação dos países emergentes, como também a dos Estados Unidos e os tempos de pós crise econômica. Alonso e Callegari foram convidados para debater o assunto, que teve mediação da jornalista Jordanna Viotto do Grupo Folha.

Alonso atentou para o fato de como as novas economias são mais dinâmicas que aquelas mais antigas. “Os países emergentes têm uma característica muito forte que é a habilidade de economizar. Isso trouxe mudanças econômicas, políticas e ideológicas”, afirma, lembrando também de como a economia dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) está cada vez mais forte. Ele explica que por este motivo, não se divide mais o mundo em norte e sul, afinal temos a China no Norte e a América Latina ao sul, dois pólos com altos níveis de crescimento econômico. Caleggari acredita que dentro deste bloco existe um país que vai se destacar. “A mensagem mais importante sobre crescimento  hoje é a China”, afirma. Ele diz que “A China é a grande mudança”, e que, trabalhando em um banco e conhecendo a rotina econômica de diversos países, sabe como a economia latino-americana é vulnerável, por isso a chinesa merece maior destaque.

Por outro lado, Callegari não deixou que os Estados Unidos fossem esquecidos como grande força econômica que ainda apresenta potencial de crescimento. “Não subestimem a economia dos Estados Unidos”, disse. Segundo ele, a economia norte-americana cresceu 3,5% no último ano. O problema é que eles perderam 4,5% com a crise financeira e essa é a pior recuperação de sua história, com um crescimento lento e elevado índice de desemprego. Porém, Caleggari acredita que eles retomarão seu posto em dois anos. “Espera-se que os EUA cresçam 2,5% em 2010 e 2,1% no próximo ano”, diz. Mesmo sendo números baixos, o país já não precisa mais de empréstimos, e Callegari acredita que isso seja o mais importante da recuperação. “Quando eles estiverem de volta à posição que ocupavam na economia mundial, terão condições de pedir empréstimos novamente”.

O que os convidados fizeram questão de deixar claro, foi o futuro promissor da economia chinesa e também do potencial da Índia. Segundo eles, a China deixou de ver nos EUA o seu principal mercado e está investindo nos países emergentes. “Há uma onda de transferência de produtividade do centro para a periferia, o que já representa um quadro geral de mudança na balança de poder e influência dos países desenvolvidos para as economias em desenvolvimento”, afirmou Alonso. O maior problema é que o país está envelhecendo antes de se tornar uma potência. “Eles ficarão velhos antes de ficarem ricos”, diz Callegari.