Na pegada da ecologia

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Enviado por eopen em sex, 16/03/2012 - 16:14

Campo Grande é a primeira cidade brasileira que conta com o cálculo da pegada ecológica.

Por Christiane Silva Pinto

Campo Grande é a primeira cidade brasileira a contar com o cálculo da pegada ecológica. Os resultados do estudo foram apresentados no seminário  “A pegada ecológica de Campo Grande – Que marcas você quer deixar no planeta?”, com a presença do professor da FEA Ricardo Abramovay, Marcos Cristaldo, Secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Campo Grande, representantes de empresas e pessoas que ajudaram na pesquisa.O estudo avaliou os hábitos de consumo da população de Campo Grande, cidade que é a porta de entrada para o Pantanal.

A pegada ecológica de um país, cidade ou pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e mar necessárias para sustentar determinado estilo de vida. É uma forma de traduzir, em hectares, a extensão de território que uma pessoa ou uma sociedade “consome”, em média, para se alimentar, morar, se locomover.

O trabalho foi realizado pelo WWF-Brasil em parceria com a prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul, Global Footprint Network (GFN), a empresa social Ecossistemas e a Universidade Privada Anhanguera. O objetivo foi ter uma ideia de como melhorar o planejamento e a gestão pública, mobilizar a população para rever seus hábitos de consumo e escolher produtos mais sustentáveis, além de estimular empresas a melhorarem  suas cadeias produtivas. “Campo Grande ainda é uma cidade com muitas possibilidades, com muitas alternativas, então nós temos que aproveitar essas alternativas”, disse o secretário Marcos Cristaldo.

Segundo Fabrício de Campos, representante da Ecossistemas, o resultado do trabalho que começou há um ano e meio é de 3,14 hectares globais por habitante da cidade de Campo Grande. Isso quer dizer que se todos os habitantes do mundo vivessem como os da capital do Mato Gosso do Sul, seria necessário que existissem 1,7 planetas para sustentar tal estilo de vida. O grande problema é que só existe um planeta e já estamos no cheque especial.

A biocapacidade global é de 1,8 gha/cap (hectares globais por habitante), mas a média de consumo global é de 2,7 gha/cap. Isso mostra que estamos exaurindo a capacidade do nosso planeta, o que é muito sério.

O cálculo da pegada ambiental leva em consideração dois fatores: os recursos ecológicos (agricultura, pastagens, florestas, pesca, construções, energia e emissão de gás carbônico) e as classes de consumo (alimentação, moradia, mobilidade, bens, serviços e governo). O mais importante da pesquisa é que os altos resultados obtidos para Campo Grande podem ser indutores para uma mudança de comportamento. O cálculo da pegada ecológica é apenas a primeira etapa do trabalho. Com o diagnóstico pronto, os parceiros precisam pensar num plano de ações que serão implementadas a curto, médio e longo prazos, para reduzir o grande impacto causado pela cidade.