A professora Diva Pinho conta sua trajetória de longos anos na FEA
Por Christiane Silva Pinto
Diva Benevides Pinho conhece a história da FEA como poucos. Formada pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, teve seu primeiro contato com a faculdade em 1968 e hoje não consegue mais largar a faculdade. Mesmo aposentada, é professora emérita da FEA.
Diva é formada em Ciências Sociais pela FFLC-USP, mas uma reforma no sistema educacional fez com ela acabasse encontrando a FEA. A Reforma Universitária de 1968 redistribuiu os docentes segundo suas especialidades. Os professores de Economia de diversas unidades da USP passaram para a FEA, os professores de Direito (inclusive aqueles que eram da FEA) foram realocados na FD-USP, os professores de Matemática de diversas Unidades foram redistribuidos para a recém criada Faculdade de Matemática e assim por diante. “Então, fomos mandados para a FEA, eu, que já era professora livre-docente, e meus 15 colegas, vários deles doutores. Todos nós lecionávamos Economia para os alunos do Curso de Ciências Sociais, de 4 anos (diurno e noturno), da então FFCL-USP, na Maria Antonia (hoje Centro Cultural)”.
A professora explica que os estudos de Economia do Curso de Ciências Sociais são anteriores à criação da FEA e foram introduzidos no Brasil por docentes da Missão Francesa contratada especialmente na Universidade de Parispela USP com o objetivo de formar, na FFCL, especialistas demandados pelo intenso crescimento das atividades econômicas e financeiras da Capital e do Estado de São Paulo a partir dos anos 1940. “Inicialmente, muitos dos professores da área econômica da FEA, então FCEA (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas), fundada em 1946, foram recrutados no Curso de Ciências Sociais da FFCL e alguns outros vieram da Poli. Apenas com o decorrer do tempo a FEA abriu concurso para docentes e conseguiu ter sua própria Congregação”, conta Diva, mostrando que conhece os 65 anos da faculdade como poucos.
Além da excelente relação com alunos e professores, Diva acredita que o que mais a marcou nestes anos de FEA foi a “possibilidade de intercâmbio cultural com faculdades do exterior, ambiente de troca de experiências com colegas (seminários promovidos pela FIPE e pelo Dep. Economia) e de crescimento profissional. Já publiquei dois livros sobre Economia da Arte, campo de pesquisas ao qual venho me dedicando depois de aposentada. Continuo atuando como voluntária junto ao Departamento de Economia, do qual recebi o honroso título de Professora Emérita em 2009”
Diva viu não só o começo da FEA, mas acompanhou a história da faculdade em todos estes anos. “Na realidade, durante dois anos nossa cadeira de Economia Política e História das Doutrinas Econômicas, com 16 docentes, continuou funcionando no campus da FFCL porque não havia espaço na Rua Dr. Vila Nova, onde funcionava a FCEA. Quando, em 1970, a FCEA foi transferida para o campus da Cidade Universitária, passamos a lecionar no prédio recém-terminado da atual FEA e que corresponde ao FEA-1”, conta.
Em todo esse tempo de dedicação à universidade, Diva foi testemunha de muitas mudanças. “A FEA cresceu muito, diversificou-se, está se internacionalizando e tornando-se transdisciplinar”. Mas o que não mudou foi o sentimento da professora pela faculdade. “Se me pedissem para sintetizar o que sinto pela FEA, diria simplesmente: ‘Eu amo a FEA’".